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Vou perfumar as cortinas, dar comida aos beija-flores, esquecer os antigos amores, dar uma volta no mundo, esquecer-te, moribundo, com um tiro de canhão, toda fraqueza morre e vai ao chão. Vou perfumar meus casacos, teus casos, pra tu sempre me lembrar. Vou te perseguir em cheiros, em gostos, em beijos, pra meu rádio rock-samba tu nunca conseguir desligar. Vou me maquiar de falsas ideias, de perfume barato, pra tu querer usar. Manda ela comprar o mesmo, ah, me esqueci, ela nunca vai em ti ocupar o meu lugar, aquele lugarzinho pequeno entre fronhas e estrelas que pra ti era bobeira, e hoje tu preza, e reza, pra eu te procurar… Mas agora é tarde, tua alcunha é testemunha que o perfume que deixei no teu casaco, hoje beira o cheiro do tabaco, só cuidado, garoto, tu pode viciar.

— Tamires Carvalho (fascinadaporestrelas)